segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quero muito que sejas feio e cego.

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Quero muito que sejas corcunda, de verruga e de uma horribilidade monstruosa para que te possa amar só por aquilo que os meus olhos não vêm. Aliás, só assim te poderia amar, com todas as letras. Sendo tu o Feio.

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Eu quero ser linda como as Ninfas do Poeta, perfeita como as cornucópias celestes e magnifica como as constelações para que te prove que te amo, como inimaginavelmente seria alguma vez possível.

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Quero que sejas cego, para que não te ofusques com o brilho amarelo basso do corpo um dia morto.

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Quero que me mates, por favor. Quero sim, o apogeu da Loucura sentido nos teus olhos.

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Quero que me desfaças e me comas, canibal orgástico ritual, quando formos muito velhinhos.

Vou até escrever um testamento! Vou exigir que me comas. Cozinha-me. Corta-me às fatias Gourmet e marina-me; tempera-me com as tuas lágrimas salgadas e espreme-te. Inala-me os vapores e fuma-me com papel de arroz. Espeta-me um garfo de prata e às fatias finíssimas Nobres, corta-me delicadamente as coxas.

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Serve-me com um amo-te e morre comigo.

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3 comentários:

forass disse...

Sei que a pergunta pode até ser um pouco chata, mas... pode-se pelo menos fazer uma marinada primeiro, ou tem mesmo que ser a frio?

Parece-me pertinente...

Rasgos de Insanidade disse...

Não seja assim... o menino e o seu mau feitio!

É conforme me apetecer quando estiver a escrever o testamento.

Se tiver dúvidas pergunte ao seu cunhado; à falta do cunhado pergunte ao padre do motocuble que desapareceu com os tenis de marca juntamente com o altar!


Kiss,

Apolinário disse...

Não maparessam cá em casa sem o graveto seus cabrões!