segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fazes muito mais que o sol


Como segurar o sol na ponta dos dedos, abraçar-te é abraçar a vida, a humanidade inteira num romantismo exponencial de luz.


As noites são luas perfeitas entre copas de árvores que restolham numa breve brisa morna que os lençóis destapam a pele branca e escondem o azul que trazes no céu dos olhos. Um beijo teu é meloa doce que amarga o amargo da vida e enche de perfume todos os cantos da alma que espalhas com a electricidade das gargalhadas que ofereces ao mundo, como quem dá um sol novo todos os dias.


O colo... O colo é amar-te de todas as formas geométricas de espectros infinitos de cores em todas as posições e ângulos que a infinitude oferece nos teus cabelos de sol cheiro de mar e terra molhada, cetim dos vastos campos abertos e barafunda de peões a rodar.


Viver-te é a convulsão de todos os sentidos ao mesmo tempo na tempestade de morder tudo em menos de nada acompanhado por um chá de camomila ao por do sol, ao teu colo, como se fosses um capote em dia de inverno que enche a alma de dourado e transborda assim pela vida fora como um tapete voador de viagens no tempo.


É desculpa para ser inverno, pretexto para ser verão, nesta imensa primavera de viver onde as caducas outonais enchem as ruas de ternura.



É causa, consequência, razão e loucura.


É a vida em menos de nada.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Ensaio acusmático realmente concreto


Porque é assim, indizível como…


Porque é assim, inexplicável como…



Porque embora eu não saiba os mistérios insondáveis do universo, eu sei que acusmaticamente vive o eco perpétuo da tua graça na memória do meu sorriso.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Senta-te aqui


Fico aqui, a olhar… a sinceridade na ponta dos dedos que me abre a alma em fenda de luz e me acende sol na vacuidade de um universo que deambula.


Serena… a contemplar o cheiro da terra e tu, em todas as coisas da vida.


Fico aqui, a respirar… asas de melro pó de borboleta nuvens de mar o perfume do nosso jardim, e inspiro, no silêncio do sorriso menino, e volto aqui, para respirar os átomos das estrelas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Espanto


Porque as palavras dão para abrigar o mundo e porque o tempo é somente mais uma dimensão porque os dias e as noites são lâmpadas na minha boca e o chão nuvens de açúcar porque os dedos são trigo maduro e o sorriso uma nascente porque os cabelos são cegonhas que poisam na palma da mão porque a tua alma me veste por inteiro.


E bastar-nos-ia ser borboleta.